A obesidade em crianças e adolescentes é multifatorial, ou seja, diversos fatores podem influenciar no estado nutricional delas, como a genética, fatores individuais, comportamentais e/ou ambientais.
O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até meados de setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. Em 2021, a APS diagnosticou obesidade em 356 mil crianças dessa mesma idade.
Pelas estatísticas dos atendimentos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), atualmente a nossa região, o Sudeste, tem a segunda maior porcentagem de crianças obesas, como 10,41%, ficando atrás apenas da região Sul que tem 11,52%.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) reconhece a obesidade como um problema de saúde pública. Por ser multifatorial, a doença exige intervenções integradas de diversos setores, além da saúde, para deter o avanço e garantir o pleno desenvolvimento durante a infância.
O Ministério da Saúde orienta que sejam prioritárias as ações de promoção da alimentação adequada, de prevenção da obesidade e intervenções para a construção de ambientes alimentares mais saudáveis.
Orientações gerais:
Se você tem criança e adolescente em casa, fique atento ao desenvolvimento e peso corporal delas. Frequentar o pediatra e, quando necessário, recorrer a um nutricionista, pode ser essencial a uma vida saudável da criança e no futuro, quando se tornar adulta.
Destacamos algumas orientações importantes, como:
- Estimule o consumo diário de feijão ou outras leguminosas, preferencialmente no almoço e no jantar da criança e de seus familiares;
- Oriente que a família e a criança evitem o consumo de bebidas adoçadas, tais como refrigerantes, sucos de caixinha, sucos em pó, refrescos, bebidas lácteas, achocolatados (também chamadas de bebidas ultra processadas);
- Oriente que evite produtos ultra processados como hambúrguer pronto e/ou embutidos (linguiças, salsicha, presunto, mortadela, salames), macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos/bolachas salgados ou recheados, doces ou guloseimas;
- Estimule o consumo diário de legumes e verduras no almoço e no jantar da criança e de seus familiares. Legumes e verduras podem ser apresentados à criança de diversas formas, como em preparações frias, como saladas cruas, ou quentes como legumes cozidos, ou no vapor, refogados, assados, gratinados, empanados, ou ainda em sopas, recheados ou na forma de purês;
- Estimule o consumo diário de frutas pela criança e seus familiares. Fale sobre a variedade de frutas que temos no país. Valorize as frutas da sua região e da época;
- Estimule que a família e a criança se alimentem em um ambiente tranquilo, silencioso, sem distrações, como telas, evitando pular ou substituir refeições;
- Oriente também que a criança faça as refeições sempre que possível em companhia da família ou amigos.
Dicas do que levar na lancheira quando a criança estiver fora de casa:
Se possível, estimule a escolha de uma lancheira e utensílios com cores que a criança goste.
A criança também pode ser envolvida na preparação e organização da lancheira, mas coloque sempre:
- Um líquido: preferencialmente água, mas também podem ser escolhidas outras alternativas, como suco natural sem açúcar, chás caseiros ou água de coco natural;
- Uma fruta fresca já higienizada (banana, caju, mangaba, jaca, acerola, maçã, morangos, pera, uva, goiaba, entre outras) ou vegetais (palitinhos de cenoura, abobrinha, brócolis cozidos, beterraba, etc.);
- Um complemento: pão de queijo caseiro, tapioca, cuscuz, sanduíche, iogurte natural ou bolo caseiro.
Caso opte pelo sanduíche, você pode recheá-lo com:
- Ricota temperada com ervas frescas e cenoura ralada
- Atum ou frango desfiado com tomate e alface;
- Pasta de grão-de-bico;
- Abacate, queijo, tomate e orégano.
Deve-se evitar embutidos, como por exemplo presunto, mortadela e peito de peru.
O que é importante ficar de fora da lancheira:
- Salgadinhos de pacote, biscoitos e salgados;
- Refrigerante e sucos industrializados de caixinha;
- Achocolatados;
- Iogurte com sabor artificial, iogurte tipo Petit Suisse ou leite fermentado;
- Balas e guloseimas;
- Bolos prontos;
- Biscoitos.
Matéria desenvolvida em maio/2023 com contribuição da colaboradora da Santa Casa de Misericórdia de Itapira: Nutricionista Diane dos Santos Silva Gonçalves – CRN 19888